sábado, 10 de setembro de 2011

Saindo do nosso espanto






O silêncio que mora na floresta é tão profundo, tão sereno,que parece eterno. Feito das vozes baixas, dos murmúrios, dos movimentos rítmicos dos vegetais, é completo e absoluto na sua perfeita harmonia. Se por entre as folhas secas amontoadas no solo se escapa um réptil, então o ligeiro farfalhar delas corta a doce combinação do silêncio; há no ar uma deslocação fugaz como um relâmpago, pelos nervos de todo o mato perpassa um arrepio, e os viajantes que caminham, cheios da solidão augusta, voltam-se inquietos, sentindo no corpo o frio elétrico e instantâneo do pavor...Extraordinário. A sensação que aqui recebemos é muito diferente da que nos deixa a paisagem européia. Aqui o espírito é esmagado pela estupenda majestade da natureza...Canaã (Graça Aranha).

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